domingo, 23 de maio de 2010

O Peregrino

O homem caminha sozinho
E ninguém o vê
Pois chove muito em sua alma
E a nuvem negra que o esconde
Esconde também seu caminho
E as verdades em que ele crê.

O homem caminha entre espinhos,
Entre os restos de um vago prazer
E os humanos que estão ao seu lado
Não lhe sentem a dor de viver,
Pois não sabem que seu destino
É um caminho de terno sofrer

O homem caminha entre sonhos,
Entre vidas e vícios alheios,
Pois seu sonho, esqueceu no caminho
Esquecido de onde ele veio
E aonde vai invisível e medonho
É impossível alguém o sabê-lo

O homem caminha disposto,
A chegar onde ninguém chegou
E por mais esquecido que seja
Ele segue em sua estrada remota
Sem pensar nos degraus que estão postos
Pois de nada adianta o retorno

O homem caminha absorto
Como só lhe restasse essa sina
Que o destino cinzento lhe deu.
E esse homem que cruza as esquinas
Sem amigos, irmãos ou consolo,
Esse homem que vaga sou eu.

Belém, 24/12/1997.

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