O gosto amargo
Da solidão em minha boca
Me faz pescar o fio da meada
Do meio-tédio em que me mergulho.
O encontro fatal
Da saliva e da fumaça
Me resgata delírios poéticos.
O tremer da imagem na TV
E os restos de som que sobram no ar
Me lembram esquecimentos remotos
Os quais supus esquecidos
O toque regenerador do creme dental
Me limpa a alma e os dentes
E nessa contemplação de sentidos
De sensações e libidos
Me acho e me analiso
Abro as portas de mim ao perigo
E as janelas de meu espírito
Aos fantasmas com os quais brigo
E na luta contra o papel
Sou vencedor e vencido
Deixo escorrer as palavras,
Os versos, em duplo sentido.
A noite me engole e devora
Me oferece um modesto abrigo
O papel me adverte: “acabou!”
“Por que me manchas com teus caprichos ?”
Me interrompo e me fecho
E me apago pela metade:
Findo....
Belém, 25/04/2000.
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oi john, fico feliz por sua nova empreitada. desejo sorte e inspiração!!! boa semana.
ResponderExcluirObrigado mesmo. Sei que é de coração.
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