segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Natural

Eu tenho braços de árvore
E olhos de lua cheia, ás vezes quarto crescente,
quando só no meu quarto.

Meu coração é uma estrela solar,
Que às vezes, em certas estações, se torna
Uma enorme calota polar

Minhas lágrimas de sereno
Não chegam a inspirar serenatas
Eu suspiro nos ventos noturnos
E brisas soturnas me inspiram

Sempre que posso me embrenho
Nas matas da minha solidão
Me protejo no silêncio da noite
Eu ouço a melodia serena das folhas

Sou todo natureza, e minha porção social
É o que me remove de minha raiz
e me arranca os braços e me apaga a estrela
e me faz morrer nas ruas civilizadas da metrópole.

domingo, 18 de novembro de 2012

Noite

Porque um dia o amor me fez acreditar que valeria a pena contar todas as estrelas....
Hoje ele me ajuda a entender essa lua acesa apenas pela metade.

Assim

Assim que a noite cair,
Eu serei novamente o teu poeta
E tu serás de novo a minha musa
E a vida será o nosso palco
E a nossa comédia será triste
E a nossa tragédia será alegre.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Por quê?

Por que toda essa saudade da madrugada
Se a noite, com sua pulseira de estrelas,
ainda nem me deixou...?

Por que toda essa ânsia vã de insônia
Se o sono doce e suave dos justos
sequer pra mim bocejou...?

Por que todo esse amor abafado no peito
Se o fel (e o mel) da tua paixão insana
Em meus lábios quiça secou...?

Belém, 13 de novembro de 2012.