segunda-feira, 3 de março de 2014

Amar até quando?

Até o amanhecer, depois da longa insônia?
Amar até que o ar acabe e as folhas sequem?
Até amanhã, até que chegue a próxima manhã?
Amar até esvair-se toda a energia, à exaustão?
Amar, sim, com toda a pompa e toda a ostentação.
Seguir amando até que a morte nos separe, até que o fim
Seja enfim um novo início para amar de novo então.

Até quando amar, satisfazer-se de utopias?
Até que o sol esquente a terra fria?
Até que a lua cheia afaste a ventania?
Amar até que o rosto enrugue, e o corpo sinta o fim da vida?
Amar mesmo que as formas já não sejam finas?
Amar ainda que a razão pereça ante a loucura?!

Amar, sim, até que o fim do mundo se anuncie
Amar a sós até que estoure um novo big-bang
Amar quietos no infinito até que Deus ressurja
A semear sementes de amor cristão, ocidental.

Mas por enquanto, amemos, de um amor insano
Morramos de amor puro enquanto há vida.
Viver de amor até que a morte nos separe
Eis o que de fato importa nesta curta vida.

Belém, 03 de março de 2014.

JC Torres.