Hoje vou rezar com a minha luz acesa
Minha oração mais laica e sincera
Vou dormir com algodão na consciência
Vou misturar realidades e quimeras
Vou recompor-me num jardim de espinhos
Chegar a margem arfando em correntezas
Fazer de folhas secas meu florido sítio
Respirar fumaça isento de impurezas
Hoje eu vou desafiar a fé dos desconvictos
Plantar sementes férteis de incerteza
Unir meus cacos vãos num vaso grego
Só para mostrar a mim mesmo que não há
Certeza eterna nem eternidade infinda
Só pra ver, de perto, no final, o início.
Belém, 02 de dezembro de 2013.
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
sábado, 6 de julho de 2013
Meus óculos de poesia
Vou colocar meus óculos de poesia
Pra enxergar bem longe e ver melhor
Achar amor onde olhos a nu não veem,
Felicidade, onde se vê apenas apatia
Com esse óculos, eu posso ser feliz
Posso voar bem longe, sem sair de casa
Posso amar e ser amado numa boa
E ser realmente quem eu sempre quis
Se eu botá-los posso ver-te novamente
De uma forma como eu nunca vi
Já sem eles, tudo perde a graça
Com eles, a existência ganha um fim.
Belém (PA), 06 de julho de 2013.
John Charles Torres.
Pra enxergar bem longe e ver melhor
Achar amor onde olhos a nu não veem,
Felicidade, onde se vê apenas apatia
Com esse óculos, eu posso ser feliz
Posso voar bem longe, sem sair de casa
Posso amar e ser amado numa boa
E ser realmente quem eu sempre quis
Se eu botá-los posso ver-te novamente
De uma forma como eu nunca vi
Já sem eles, tudo perde a graça
Com eles, a existência ganha um fim.
Belém (PA), 06 de julho de 2013.
John Charles Torres.
Hermético
De mim, não esperes rimas fáceis,
Nem cadências óbvias, decoráveis
Não quero versos tão metrificados
Nem palavras pra lá de degastadas
Espera, sim, sucessões de enigmas
Espera o caos semântico e fonético
Que apenas seja visto pelo coração
E que somente a emoção o interprete.
Belém (PA), 06 de julho de 2013
John Charles Torres.
Nem cadências óbvias, decoráveis
Não quero versos tão metrificados
Nem palavras pra lá de degastadas
Espera, sim, sucessões de enigmas
Espera o caos semântico e fonético
Que apenas seja visto pelo coração
E que somente a emoção o interprete.
Belém (PA), 06 de julho de 2013
John Charles Torres.
terça-feira, 19 de março de 2013
....
Seria muita covardia minha querer conquistar-te com palavras. Pois palavras o vento pode levar. Prefiro deixar que sintas meus sentimentos, que entendas minhas sensações. Prefiro te dar a palavra muda. Prefiro soletrar-te meu silêncio, recitar-te minhas reticências, olhar-te silábico. É assim que eu te quero: linguisticamente pura. Não contaminada pela emoção verbal. Te quero transparente, como a gota da chuva. Quero que me vejas no escuro e escutes meu silêncio, e saibas que pode ser para sempre - uma eternidade tão intensa, que faz sem sentido as melhores palavras.
Quis
Quis me alimentar de ti
Mas já estavas longe, ínfima
Quis pegar-te flor, te abrir
Mas tu já eras pétala, cinza.
Belém, 15 de agosto de 2013.
Mas já estavas longe, ínfima
Quis pegar-te flor, te abrir
Mas tu já eras pétala, cinza.
Belém, 15 de agosto de 2013.
quinta-feira, 14 de março de 2013
Dual
Entre extremos, calibro-me a existência
Entre opostos, aprumo-me a essência
De rimas pobres, surjo dissonante
Com vãos acordes, faço uma canção
A sins e nãos, oponho meu talvez
Em culto e círio, aponho minha fé
Um velho moço na infância-vida
Aprendendo a ensinar a vã lição
De vivências antigas, mal vividas...
E assim, nessa contradição eterna,
Ergo a bandeira rasgada da ilusão
Morro vivendo a pós-ressurreição
Amo odiando amores não vividos
Sofro adorando a inédita paixão...
Assim eu sou, e assim serei não sendo
A minha luz se ascende no escuro
E esse silêncio ecoa minha voz
Sou mar e fogo, dois e solidão
Sou vida e morte, razão e emoção
E assim meus versos tornam-se poema
E minhas palavras forjam-se canção.
Belém, 14 de março de 2013.
Entre opostos, aprumo-me a essência
De rimas pobres, surjo dissonante
Com vãos acordes, faço uma canção
A sins e nãos, oponho meu talvez
Em culto e círio, aponho minha fé
Um velho moço na infância-vida
Aprendendo a ensinar a vã lição
De vivências antigas, mal vividas...
E assim, nessa contradição eterna,
Ergo a bandeira rasgada da ilusão
Morro vivendo a pós-ressurreição
Amo odiando amores não vividos
Sofro adorando a inédita paixão...
Assim eu sou, e assim serei não sendo
A minha luz se ascende no escuro
E esse silêncio ecoa minha voz
Sou mar e fogo, dois e solidão
Sou vida e morte, razão e emoção
E assim meus versos tornam-se poema
E minhas palavras forjam-se canção.
Belém, 14 de março de 2013.
Poesia-nossa
Poesia nossa que estás no cérebro
Metrificado seja o vosso som
A inspiração nossa de cada dia
Nos dai hoje.
Iluminai as nossas crenças,
Assim como iluminamos
Teus leitores assíduos
Não nos deixei fugir a inspiração,
Nem cair no banal, amém.
Belém, 14 de Março de 2013
Metrificado seja o vosso som
A inspiração nossa de cada dia
Nos dai hoje.
Iluminai as nossas crenças,
Assim como iluminamos
Teus leitores assíduos
Não nos deixei fugir a inspiração,
Nem cair no banal, amém.
Belém, 14 de Março de 2013
(Em homenagem ao Dia da Poesia).
segunda-feira, 11 de março de 2013
poema-desabafo I
queria dizer tantas coisas...
são tantos conceitos presos dentro de mim
tantas palavras, definições, e até "verdades"
um dicionário de sentimentos, de crenças
as vezes não me basta apenas pensar, refletir
são tantos conceitos presos dentro de mim
tantas palavras, definições, e até "verdades"
um dicionário de sentimentos, de crenças
as vezes não me basta apenas pensar, refletir
queria falar tudo isso num palanque global
multilíngue, transcendental.
palavras e sentimentos, mutuamente sufocados
em um dilema existencial dentro de mim
eles surgem, se relacionam, amadurecem
mas nunca morrem, em definitivo.
queria criar uma nova verdade, um teorema
refazer toda a realidade, buscar só o que resta
de humano, na humanidade, de autêntico no real,
de puro, no cultural; de erudito, no banal.
queria uma tinta que fizesse minhas palavras
reluzirem por séculos; brilharem no firmamento.
queria vomitar essa inspiração de vez,
desintegrar-me em teorias pulsantes.
mas me contento em apenas digitar
diligentemente esses vocábulos
em compartilhar essas inquietações
aqui, neste muro digital, com vocês.
multilíngue, transcendental.
palavras e sentimentos, mutuamente sufocados
em um dilema existencial dentro de mim
eles surgem, se relacionam, amadurecem
mas nunca morrem, em definitivo.
queria criar uma nova verdade, um teorema
refazer toda a realidade, buscar só o que resta
de humano, na humanidade, de autêntico no real,
de puro, no cultural; de erudito, no banal.
queria uma tinta que fizesse minhas palavras
reluzirem por séculos; brilharem no firmamento.
queria vomitar essa inspiração de vez,
desintegrar-me em teorias pulsantes.
mas me contento em apenas digitar
diligentemente esses vocábulos
em compartilhar essas inquietações
aqui, neste muro digital, com vocês.
Mulher-Paixão
Eu quero aquela mulher
Que passeia nos meus sonhos
Eu quero aquela dos poemas, das canções
Eu quero a musa dos poetas, dos refrões
Eu quero a ideal, a inacessível, a ilusão...
O que eu quero, na verdade, é a paixão
Eu quero resgatar o amor perdido
Um sentimento escondido lá no fundo,
Perdido, nas teias do meu coração.
Belém, 11 de março de 2013.
terça-feira, 5 de março de 2013
Poema relâmpago perdido
Eu quero perder-te inúmeras vezes,
Desde que toda vez que te achar,
Me ache de novo contigo.
Desde que toda vez que te achar,
Me ache de novo contigo.
Quero perder-te, sim, novamente
Perder minha cabeça por ti
Desde que minha mão encontre-se
Com a tua, na manhã seguinte
Perder minha cabeça por ti
Desde que minha mão encontre-se
Com a tua, na manhã seguinte
E posso até perder teu olhar
Desde que não te perca de vista
E o destino pode até nos perder,
Separar nossos corpos em dois
Desde que, ao unir-nos de novo
Nos mantenha em um só Coração.
Desde que não te perca de vista
E o destino pode até nos perder,
Separar nossos corpos em dois
Desde que, ao unir-nos de novo
Nos mantenha em um só Coração.
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