quinta-feira, 14 de março de 2013

Dual

Entre extremos, calibro-me a existência
Entre opostos, aprumo-me a essência
De rimas pobres, surjo dissonante
Com vãos acordes, faço uma canção
A sins e nãos, oponho meu talvez
Em culto e círio, aponho minha fé
Um velho moço na infância-vida
Aprendendo a ensinar a vã lição
De vivências antigas, mal vividas...

E assim, nessa contradição eterna,
Ergo a bandeira rasgada da ilusão
Morro vivendo a pós-ressurreição
Amo odiando amores não vividos
Sofro adorando a inédita paixão...

Assim eu sou, e assim serei não sendo
A minha luz se ascende no escuro
E esse silêncio ecoa minha voz
Sou mar e fogo, dois e solidão
Sou vida e morte, razão e emoção

E assim meus versos tornam-se poema
E minhas palavras forjam-se canção.

Belém, 14 de março de 2013.

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