terça-feira, 19 de março de 2013
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Seria muita covardia minha querer conquistar-te com palavras. Pois palavras o vento pode levar. Prefiro deixar que sintas meus sentimentos, que entendas minhas sensações. Prefiro te dar a palavra muda. Prefiro soletrar-te meu silêncio, recitar-te minhas reticências, olhar-te silábico. É assim que eu te quero: linguisticamente pura. Não contaminada pela emoção verbal. Te quero transparente, como a gota da chuva. Quero que me vejas no escuro e escutes meu silêncio, e saibas que pode ser para sempre - uma eternidade tão intensa, que faz sem sentido as melhores palavras.
Quis
Quis me alimentar de ti
Mas já estavas longe, ínfima
Quis pegar-te flor, te abrir
Mas tu já eras pétala, cinza.
Belém, 15 de agosto de 2013.
Mas já estavas longe, ínfima
Quis pegar-te flor, te abrir
Mas tu já eras pétala, cinza.
Belém, 15 de agosto de 2013.
quinta-feira, 14 de março de 2013
Dual
Entre extremos, calibro-me a existência
Entre opostos, aprumo-me a essência
De rimas pobres, surjo dissonante
Com vãos acordes, faço uma canção
A sins e nãos, oponho meu talvez
Em culto e círio, aponho minha fé
Um velho moço na infância-vida
Aprendendo a ensinar a vã lição
De vivências antigas, mal vividas...
E assim, nessa contradição eterna,
Ergo a bandeira rasgada da ilusão
Morro vivendo a pós-ressurreição
Amo odiando amores não vividos
Sofro adorando a inédita paixão...
Assim eu sou, e assim serei não sendo
A minha luz se ascende no escuro
E esse silêncio ecoa minha voz
Sou mar e fogo, dois e solidão
Sou vida e morte, razão e emoção
E assim meus versos tornam-se poema
E minhas palavras forjam-se canção.
Belém, 14 de março de 2013.
Entre opostos, aprumo-me a essência
De rimas pobres, surjo dissonante
Com vãos acordes, faço uma canção
A sins e nãos, oponho meu talvez
Em culto e círio, aponho minha fé
Um velho moço na infância-vida
Aprendendo a ensinar a vã lição
De vivências antigas, mal vividas...
E assim, nessa contradição eterna,
Ergo a bandeira rasgada da ilusão
Morro vivendo a pós-ressurreição
Amo odiando amores não vividos
Sofro adorando a inédita paixão...
Assim eu sou, e assim serei não sendo
A minha luz se ascende no escuro
E esse silêncio ecoa minha voz
Sou mar e fogo, dois e solidão
Sou vida e morte, razão e emoção
E assim meus versos tornam-se poema
E minhas palavras forjam-se canção.
Belém, 14 de março de 2013.
Poesia-nossa
Poesia nossa que estás no cérebro
Metrificado seja o vosso som
A inspiração nossa de cada dia
Nos dai hoje.
Iluminai as nossas crenças,
Assim como iluminamos
Teus leitores assíduos
Não nos deixei fugir a inspiração,
Nem cair no banal, amém.
Belém, 14 de Março de 2013
Metrificado seja o vosso som
A inspiração nossa de cada dia
Nos dai hoje.
Iluminai as nossas crenças,
Assim como iluminamos
Teus leitores assíduos
Não nos deixei fugir a inspiração,
Nem cair no banal, amém.
Belém, 14 de Março de 2013
(Em homenagem ao Dia da Poesia).
segunda-feira, 11 de março de 2013
poema-desabafo I
queria dizer tantas coisas...
são tantos conceitos presos dentro de mim
tantas palavras, definições, e até "verdades"
um dicionário de sentimentos, de crenças
as vezes não me basta apenas pensar, refletir
são tantos conceitos presos dentro de mim
tantas palavras, definições, e até "verdades"
um dicionário de sentimentos, de crenças
as vezes não me basta apenas pensar, refletir
queria falar tudo isso num palanque global
multilíngue, transcendental.
palavras e sentimentos, mutuamente sufocados
em um dilema existencial dentro de mim
eles surgem, se relacionam, amadurecem
mas nunca morrem, em definitivo.
queria criar uma nova verdade, um teorema
refazer toda a realidade, buscar só o que resta
de humano, na humanidade, de autêntico no real,
de puro, no cultural; de erudito, no banal.
queria uma tinta que fizesse minhas palavras
reluzirem por séculos; brilharem no firmamento.
queria vomitar essa inspiração de vez,
desintegrar-me em teorias pulsantes.
mas me contento em apenas digitar
diligentemente esses vocábulos
em compartilhar essas inquietações
aqui, neste muro digital, com vocês.
multilíngue, transcendental.
palavras e sentimentos, mutuamente sufocados
em um dilema existencial dentro de mim
eles surgem, se relacionam, amadurecem
mas nunca morrem, em definitivo.
queria criar uma nova verdade, um teorema
refazer toda a realidade, buscar só o que resta
de humano, na humanidade, de autêntico no real,
de puro, no cultural; de erudito, no banal.
queria uma tinta que fizesse minhas palavras
reluzirem por séculos; brilharem no firmamento.
queria vomitar essa inspiração de vez,
desintegrar-me em teorias pulsantes.
mas me contento em apenas digitar
diligentemente esses vocábulos
em compartilhar essas inquietações
aqui, neste muro digital, com vocês.
Mulher-Paixão
Eu quero aquela mulher
Que passeia nos meus sonhos
Eu quero aquela dos poemas, das canções
Eu quero a musa dos poetas, dos refrões
Eu quero a ideal, a inacessível, a ilusão...
O que eu quero, na verdade, é a paixão
Eu quero resgatar o amor perdido
Um sentimento escondido lá no fundo,
Perdido, nas teias do meu coração.
Belém, 11 de março de 2013.
terça-feira, 5 de março de 2013
Poema relâmpago perdido
Eu quero perder-te inúmeras vezes,
Desde que toda vez que te achar,
Me ache de novo contigo.
Desde que toda vez que te achar,
Me ache de novo contigo.
Quero perder-te, sim, novamente
Perder minha cabeça por ti
Desde que minha mão encontre-se
Com a tua, na manhã seguinte
Perder minha cabeça por ti
Desde que minha mão encontre-se
Com a tua, na manhã seguinte
E posso até perder teu olhar
Desde que não te perca de vista
E o destino pode até nos perder,
Separar nossos corpos em dois
Desde que, ao unir-nos de novo
Nos mantenha em um só Coração.
Desde que não te perca de vista
E o destino pode até nos perder,
Separar nossos corpos em dois
Desde que, ao unir-nos de novo
Nos mantenha em um só Coração.
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