Meu poema nasce do nada
Incrusta-se no ventejar da noite
Deixa-se cair junto à angústia das janelas
Junto aos clamores dos edifícios
Da metrópole adormecida.
Meu poema é besta-fera suburbana
Clama, gemendo por calor humano
Meu poema é máquina, é androidiano
Meu poema clama insano, insano.
Meu poema pobre, embriagado
Auto-destrói-se, inconsciente, mudo
Inconsolado, chora, meu poema.
Meu poema cala inutilmente
Enquanto minh’alma arde a tua procura
Sem norte ou sul, silencia meu poema,
E insiste incrivelmente em viver
.... caladamente o meu poema.
John Charles, Belém, 18/08/2001.
sábado, 17 de setembro de 2011
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